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Apresentação do livro "Ideologia e Propaganda Colonial no Estado Novo" de José Lima Garcia

14 de dezembro | 18h | Salão Sá de Miranda, Casa da Cultura
30 novembro, 2022
© Palimage

Este livro, da autoria de José Lima Garcia, será apresentado por Luís Reis Torgal, que também assina o prefácio, ambos investigadores do CEIS20. Estará também presente o atual Presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva.

A obra resulta de uma investigação realizada para o doutoramento de José Lima Garcia na UCoimbra, sob a orientação de Luís Reis Torgal, defendida em 2011, com o título "Ideologia e propaganda colonial no Estado Novo: da Agência Geral das Colónias à Agência Geral do Ultramar : 1924-1974".


Na minha Faculdade de Letras persistiu até há bem pouco tempo um Instituto de História da Expansão Ultramarina. Nada tive contra essa designação desde que convenientemente dissecada, mas sempre propus — aliás sem sucesso — que se lhe juntasse a História da Colonização, do Colonialismo, do Anti-Colonialismo e dos Países Ex-Colonizados.

É neste contexto que orientei ou acompanhei algumas teses e trabalhos de fim de curso, como as dissertações sobre Amílcar Cabral e sobre o PAIGC, ou, nos antípodas, sobre a propaganda colonial do chamado “Estado Novo”, que de resto prolonga a propaganda da nossa Primeira República, que era também (como não podia deixar de ser no segundo e no terceiro decénios do século XX) colonialista ou colonial. Daí ter surgido a tese de José Luís Lima Garcia sobre o tema e, no seu âmbito, sobre a Agência Geral das Colónias, que cosmeticamente se transforma, a partir dos anos 50, em Agência Geral do Ultramar. É um tema que o autor começou a estudar no fim do século passado e de que deu a conhecer com maior extensão e profundidade em 2012 no seu doutoramento.

Finalmente realiza aqui e agora a sua publicação em papel, que é a forma como se pode tornar mais conhecida ou, pelo menos, mais resistente ao tempo. Será afinal mais um contributo para conhecer o colonialismo e a realização da ideia de “Império”, conceito que se trivializou até em nomes comuns de várias empresas. Essa ideia de “Império Colonial” supõe o vasto território que vai de África a Timor e o período que se estende de 1924 a 1974, mesmo que a partir dos anos 50 se iniciasse o processo cosmético de chamar a cada uma das possessões (tão diferentes…) “Províncias Ultramarinas” e não “Colónias” e se fossem extinguindo as leis do “indigenato”.

Luís Reis Torgal (in Prefácio).



José Luís Lima Garcia nasceu em Moçambique, em 1951. A partir de 1965, passou a viver em Angola onde concluiu o bacharelato em História, na Universidade de Luanda. Em 1975 radicou-se em Portugal e aqui se licenciou, dois anos depois, em História pela Universidade de Lisboa. Posteriormente, já professor do Ensino Secundário, frequentou e defendeu na Universidade Nova, sob orientação dos professores José Medeiros Ferreira e Joel Serrão, uma dissertação sobre as “Relações de Moçambique com os territórios vizinhos, no período compreendido entre as duas Guerras Mundiais”. Em 2012, doutorou-se na Universidade de Coimbra com uma tese sobre a “Ideologia e Propaganda Colonial no Estado Novo” orientada pelo Prof. Luís Reis Torgal. Professor Coordenador do Instituto Politécnico da Guarda até 2010 é atualmente investigador integrado do Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS 20), da Universidade de Coimbra. Tem publicado vários livros, capítulos de livros e artigos sobre o colonialismo português em África.

kkk



©Sérgio Neto