Alain Musset no Ciclo de Palestras do DEC
Alain Musset estará presencialmente na Sala de Seminários do CEIS20 nos Eixos do Conhecimento Interdisciplinar – Ciclo de Palestras do Doutoramento em Estudos Contemporâneos (DEC), com a palestra intitulada "Migrar, transitar ou habitar? O corpo, o tempo e a prova nos territórios da espera".
"Os fenômenos de mobilidade e deslocamento se estão afirmando como características principais de nossas sociedades contemporâneas, ao ponto que em 2006 Sheller e Urry idealizaram o conceito de mobility turn o seja a viragem da mobilidade. No entanto, o que me interessa não é o movimento, mas o que acontece quando o movimento é interrompido. Quero analisar os momentos de pausa, os momentos mais ou menos longos de espera, aqueles que vão moldar uma parte de nossa identidade sem que nos demos conta porque consideramos que é tempo perdido. Esta questão será analisada através dos corpos dos migrantes, considerando que a migração, identificada como uma translação (entre dois ou mais lugares) e como uma transição (entre dois ou mais status sociais, estados de espírito, personalidades e identidades...) não é apenas um processo físico e moral, mas também uma prova que dá sentido ao indivíduo e ao grupo que o envolve."
A entrada é livre e terá transmissão online.
Alain Musset é geógrafo, ex-aluno da École Normale Supérieure de Paris e doutor da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales. Foi membro do conselho científico do Polo América do Ministério das Relações Exteriores da França e do Conselho Científico do Instituto das Américas e membro honorário do Instituto Universitário de França. A sua pesquisa centra-se nas cidades e sociedades urbanas da América Latina a partir de uma perspetiva histórica, crítica e social: ¿Geohistoria o geoficción? Ciudades vulnerables y justicia espacial (2009); Ciudades nómadas del Nuevo Mundo (2011). Um entusiasta da ficção científica, também se interessa pelo imaginário da cidade e nas visões futuras do nosso planeta: Station Métropolis-Direction Coruscant. Ville, science-fiction et sciences sociales (2019); El síndrome Babilonia. Geoficciones del fin del mundo (2022). Grande parte de seu trabalho foca-se na perceção e representação de territórios, na integração do corpo no espaço e na mudança de identidade que esta relação implica para indivíduos e grupos sociais (Waiting Territories in the Americas. Life in the Intervals of Migration and Urban Transit, 2016).