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Docente da FMUC explica investigação distinguida com Prémio Nobel da Medicina/Fisiologia 2021

22 outubro, 2021
Marília Dourado
© DR

O Prémio Nobel de Medicina/Fisiologia foi atribuído em 2021 a David Julius e Ardem Patapoutian pela descoberta sobre recetores de temperatura e tato. Os galardoados descobriram como o calor, o frio e o tato podem iniciar sinais no sistema nervoso.

Marília Dourado, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, explica-nos a investigação premiada.


David Julius

Nascido a 4 de novembro de 1955 em New York, EUA, David Julius é um fisiologista conhecido pela descoberta de recetores de deteção de calor e frio nas terminações nervosas da pele.

Estudou ciências da vida no Instituto de Tecnologia do Massachusetts e posteriormente frequentou a Universidade da Califórnia, Berkeley, onde investigou os mecanismos subjacentes ao processamento e secreção de peptídeos na levedura. Em 1984, após obter o doutoramento em bioquímica, foi para a Universidade de Columbia. Em 1989 deixa a Universidade de Columbia para aceitar o cargo de docente na Universidade da California, San Francisco (UCSF).

Na UCSF, interessou-se por canais iónicos e por compreender os mecanismos moleculares subjacentes à somatossensação, particularmente a sensação de dor. Mais tarde contribuiu para a descoberta de outros canais iónicos sensíveis à temperatura, que se tornaram conhecidos como a família de canais do potencial de recetor transiente, ou TRP.

Em 2013, David Julius e Yifan Cheng usaram microscopia eletrônica para determinar a estrutura do recetor TRPV1 em resolução quase atómica e em 2015, usaram as mesmas técnicas para determinar a estrutura do TRPA1, o chamado “recetor wasabi”.

Atualmente é professor e presidente do Departamento de Fisiologia da UCSF e ministra a cadeira Morris Herzstein em Biologia Molecular e Medicina.

Por suas descobertas, recebeu o Prémio Nobel de Medicina/Fisiologia de 2021, que dividiu com o biólogo molecular e neurocientista Ardem Patapoutian.

Fonte: www.britannica.com


Ardem Patapoutian

Ardem Patapoutian, nascido em 1967, Beirute, Líbano, é biólogo molecular e neurocientista conhecido por suas investigações das bases moleculares da mecanorreceção, a capacidade dos animais de detetar e responder a certos tipos de estímulos, particularmente o toque e mudanças na pressão ou postura.

Em 1986 frequenta a Universidade da Califórnia, em Los Angeles, para estudos de graduação e forma-se em biologia molecular, celular e do desenvolvimento em 1990. Continua seus estudos em regulação da transcrição em organismos em desenvolvimento no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Em 1996, após completar o doutoramento em biologia, começa o pós-doutoramento na Universidade da Califórnia. Durante esse tempo, Ardem Patapoutian mudou o foco de pesquisa para programas de desenvolvimento subjacentes à especificidade dos neurónios somatossensoriais envolvidos nas sensações de toque e dor.

Em 2000, ingressa no Instituto de Pesquisa Scripps como professor assistente em biologia celular e começa a investigar canais de potencial recetor transiente (TRP), que haviam sido descobertos vários anos antes por David Julius. Entre as primeiras descobertas importantes estava a identificação do canal de íon de deteção de frio TRPM8. Sua pesquisa também levou à descoberta do TRPA1, que atua como um sensor para estímulos nocivos, incluindo frio e dor. Em 2017 torna-se professor de neurociência no Instituto de Pesquisa Scripps.

Recebe o Prémio Lewis S. Rosenstiel por Trabalho Destacado em Pesquisa Médica Básica (2019; com David Julius) e o Prémio Kavli em Neurociência (2020; com David Julius). Foi membro da American Association for the Advancement of Science (eleito em 2016) e da U.S. National Academy of Sciences (eleito em 2017) e investigador do Howard Hughes Medical Institute (2014–).

Em 2021 recebe o Prémio Nobel de Medicina/Fisiologia de 2021, que compartilhou com o fisiologista David Julius.

Fonte: www.britannica.com


UC | Karine Paniza