A hipótese cerebrovascular das alterações comportamentais induzidas por stress
Teve início em setembro o projeto “Cerebrovascular hypothesis of stress-induced behavioral alterations”, coordenado pelas investigadoras do iCBR-FMUC, Ana Paula Silva e Filipa Baptista. A equipa, que inclui os investigadores do iCBR-FMUC, Ricardo Leitão e Rita Gaspar, e a docente da Faculdade de Farmácia da UC, Catarina Gomes, irá estudar as alterações celulares que ocorrem ao nível da barreira hematoencefálica, em particular nas células endoteliais, numa situação de stress crónico moderado imprevisível, e se estas alterações neurovasculares estão associadas a défices comportamentais.
Os autores do projeto referem que, embora diferentes estímulos de stress físico ou psicológico provoquem respostas cerebrais que, a curto prazo possam adaptáveis e permitir ao organismo lidar com situações adversas, a exposição ao stress crónico pode originar alterações significativas com repercussões comportamentais, emocionais e cognitivas. De facto, vários estudos têm demonstrado que o stress é um fator que precipita o aparecimento de comportamentos ansiosos e depressivos, bem como de défices cognitivos. Apesar de importantes avanços nesta área do conhecimento, ainda não estão identificadas as alterações cerebrais que explicam a diferente prevalência, entre géneros, de doença psiquiátrica induzida por stress, e se para além dos neurónios outras células do cérebro têm um papel na patofisiologia destas doenças.
O projeto, contemplado com a Bolsa BIAL 2020, tem a duração de dois anos (setembro 2021 – agosto 2023).