Trabalho de doutoranda da FMUC sobre doenças plaquetares congénitas premiado em Espanha
Um trabalho de Teresa Sevivas, estudante do doutoramento em Ciências de Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em parceria com um grupo de investigadores espanhóis, foi distinguido com o 1.º Prémio de Comunicação Oral em Coagulopatias Congénitas da Sociedade Espanhola de Trombose e Hemostase e da Real Fundación Victoria Eugenia. O estudo, intitulado “Evaluación del ISTH-BAT en los trastornos plaquetarios congénitos: correlación clínica, laboratorio y molecular”, debruça-se sobre as doenças plaquetares congénitas – uma área pouco explorada em Portugal –, concluindo como a “história clínica continua a ser uma ferramenta de diagnóstico absolutamente crucial” nestas disfunções, explica a doutoranda.
“As doenças plaquetares congénitas são patologias raras que têm um diagnóstico complexo, que requer know-how experiente e especializado para a sua execução e interpretação – recursos disponíveis apenas em laboratórios altamente especializados e em serviços de topo. A primeira ferramenta diagnóstica em patologia plaquetar congénita é a história clínica, que tem de ser detalhada (quase exaustiva), e que, como já referido, requer um profissional cientificamente treinado e com capacidade para suspeitar de um caso destes, quando com ele se depara”, descreve Teresa Sevivas, que também é médica do Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Estabelecendo a relação entre o score hemorrágico e os testes funcionais e moleculares de diagnóstico da doença, o trabalho premiado demonstra como a história clínica do doente é relevante no processo de diagnóstico: “Os doentes com patologias plaquetares congénitas em particular, e os doentes com doenças raras no geral, não podem ser vistos ‘à pressa’, nem por profissionais sem experiência”, enfatiza a doutoranda da FMUC.
Teresa Sevivas espera também que a distinção da Sociedade Espanhola de Trombose e Hemostase e da Real Fundación Victoria Eugenia e o trabalho que tem vindo a desenvolver (desde 2008) permitam que esta área de investigação possa ganhar mais protagonismo no meio académico e clínico em Portugal. “Espero conseguir trazer o que se faz de melhor mundialmente nesta área para Portugal e captar a atenção da comunidade clínica e científica, mantendo o mesmo empenho, a mesma dedicação e o mesmo entusiasmo de sempre”, conclui.
UC | Rui Marques Simões