A importância da farmácia na viagem de Magalhães
A relação/importância da farmácia na viagem de Fernão de Magalhães e Juan Sebastián Elcano – que em 1522 viria a tornar-se na primeira volta ao mundo – é o tema central da obra “La Botica en la expedición de Magallanes y Elcano”, ontem apresentada na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC).
Por ocasião da passagem do 5.º centenário da conclusão da primeira viagem de circum-navegação (comemorada no passado dia 8 de setembro), o livro destaca a “epopeia levada a cabo por um português e um espanhol”, salientou Fernando Ramos, diretor da faculdade, na apresentação da obra, que contou também com a presença de Franklim Marques.
O presidente da Academia de Ciências Farmacêuticas de Portugal (ACFP) destacou a importância dos episódios relatados no livro, bem como a relação da ACFP com as academias de farmácia de Espanha e América Latina. “Esta obra representa um momento marcante da história da humanidade” disse, por seu lado, João Rui Pita (professor associado FFUC), elogiando o “trabalho magnífico da edição de luxo, comemorativa da 1.ª volta ao mundo, liderada por um português, Fernão de Magalhães, que não a terminou”.
O professor considerou que a viagem “foi marcante para a história da humanidade”, retratada numa obra que “realiza uma história importantíssima para a farmácia.
Um trabalho da maior importância para revelar um documento inédito”, acrescentou. “La Botica en la expediciónde Magallanes y Elcano” é baseada em documentos da época, que estiveram por revelar nos últimos 500 anos, reunidos agora numa edição da autoria de Cecilio J. Venegas Fito e Antonio Ramos Carrrillo (o último não esteve presente).
Melo Gouveia, farmacêutico da Marinha Portuguesa, esteve também na apresentação e recordou as dificuldades da viagem, que começou com 242 tripulantes e terminou com 18. “Trata-se de um importantíssimo contributo para a história da farmácia”, disse em relação ao livro, que considerou “um marco de reflexão sobre o passado que ancora expectativas de futuro da farmácia naval”, concluiu.
| José Armando Torres