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FCTUC obtém financiamento europeu de um milhão de euros com nova abordagem das Ciências da Terra

Na foto: Professores Nelson Rodrigues e Alexandre Tavares
14 setembro, 2018
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© FCTUC

Pela primeira vez, um projeto coordenado pela Universidade de Coimbra (UC) foi aprovado para receber financiamento europeu no âmbito do programa Erasmus+ Capacity Building in Higher Education. O projeto SUGERE (Sustainable Sustainability and Wise Use of Geological Resources, ‘Sustentabilidade e Utilização Racional de Recursos Geológicos’, na versão portuguesa), coordenado por Nelson Rodrigues, docente do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), vai receber cerca de um milhão de euros para desenvolver as geociências em três Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP’s).

Em causa está a implementação de cinco cursos (três licenciaturas, um mestrado e um doutoramento) em Ciências da Terra em universidades parceiras de Angola, Cabo Verde e Moçambique. “Pretende-se que os cursos a implementar assentem em três grandes pilares. (1) O conhecimento em ciências da terra (geologia, engenharia geológica e engenharia de minas), (2) as competências em ambiente e desenvolvimento sustentado, bem como (3) a ética e formas de desenvolvimento da economia social. Pretendemos formar tanto alunos como professores, motivando-os para o desenvolvimento dos seus países”, aponta Nelson Rodrigues, professor associado do Departamento de Ciências da Terra da FCTUC.

Criado em 2014, o programa Erasmus+ Capacity Building tem como foco estimular as universidades europeias a partilhar conhecimento com instituições de ensino superior de outros continentes. E na edição deste ano aprovou, pela primeira vez, um projeto coordenado pela UC – que já fora parceira de iniciativas Capacity Building com outras universidades por nove ocasiões.

“Este é o nosso  primeiro grande projeto que utiliza as oportunidades criadas pelo programa Erasmus para a construção de parcerias para a capacitação e desenvolvimento de parceiros fora da Europa. A Universidade de Coimbra organizou-se de modo a conseguir dar apoio técnico e formação aos investigadores e professores que estejam interessados em usufruir destas oportunidades (num processo que já tem dois anos de investimento estratégico) e este é o primeiro resultado significativo”, sublinha o vice-reitor Joaquim Ramos de Carvalho.

Para o Departamento de Ciências da Terra da FCTUC, esta aprovação mostra o reconhecimento internacional das suas competências e o valor dos seus docentes e investigadores, sendo o corolário da “estratégia de há vários anos” de cooperação com instituições universitárias de outros países lusófonos – tendo como base o Grupo de Escolas de Geociências José Bonifácio d’Andrada e Silva.

“Interessa-nos criar grandes redes de investigação e de formação entre universidades europeias e de outros contextos geográficos, numa lógica de afirmação das geociências, e das competências dos seus profissionais, focadas na criação de conhecimento científico, na gestão sustentável dos recursos, no desenvolvimento económico e na capacitação institucional”, nota o diretor do Departamento, Alexandre Tavares.

O espírito do projeto – aprovado no nível mais elevado de classificação, com nota de Excelente – está bem resumido no acrónimo que lhe dá nome: SUGERE (Sustainable Sustainability and Wise Use of Geological Resources). “Não queremos impor modelos a outros, mas criar formas integradas de conhecimento e de partilha de modelos de formação. O acrónimo a que recorremos sugere isso mesmo. Queremos também que este projeto nos traga ensinamentos”, descreve Nelson Rodrigues.

Por isso – numa abordagem “inovadora” neste género de iniciativas – a avaliação do projeto será feita por um dos parceiros de fora do continente europeu, a Universidade de Santiago (Cabo Verde). A Universidade de Cabo Verde, a Universidade Agostinho Neto, o Instituto Superior Politécnico Tundavala (ambas de Angola), o Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique e a Universidade Eduardo Mondlane (também moçambicana) são as outras parceiras africanas. E entre os pares europeus do projeto coordenado pelo Departamento de Ciências da Terra estão o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e as Universidades de Salamanca (Espanha) e de Turim (Itália), que vão colaborar no processo de desenvolvimento e implementação dos cursos – de Geologia, Engenharia Geológica e Engenharia de Minas, bem como na capacitação das instituições africanas.

Saiba mais sobre o Grupo de Escolas de Geociências José Bonifácio d’Andrada e Silva em: https://www.uc.pt/fctuc/dct/geg_jbas.